Retração da Covid-19 já impulsiona indústria, turismo e serviços
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), caminhamos para o fim de novembro com mais de 70% da população mineira acima de 12 anos completamente imunizada contra a Covid. Com isso, o que vemos é uma queda consistente nos indicadores dessa doença que já vitimou mais de 612 mil brasileiros. Em Minas, a média móvel de vidas perdidas gira em torno de 15 neste final de novembro. Em março, o Estado chegou a 479 óbitos registrados em um único dia. Já a capital, Belo Horizonte, tem a menor incidência da doença desde o começo da pandemia. Boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura mostra uma proporção de 44,1 casos por 100 mil habitantes – depois de atingir 679,2 em março de 2020. Todos esses números, mesmo que reduzidos, ainda nos entristecem e provam que a pandemia não acabou.
Mas é inegável que a queda nos índices nos coloca mais perto de uma volta à normalidade. Levantamento feito pelo Ipec (empresa fundada por executivos do Ibope), a pedido da Pfizer e da Sociedade Brasileira de Imunizações, mostrou que 75% dos brasileiros se sentem mais seguros com o avanço da imunização. A pesquisa também comprovou que o brasileiro não só confia como incentiva a vacinação. O levantamento indicou que 85% dos 2.000 entrevistados incentivaram parentes a se imunizarem. E tanto a confiança quanto a sensação de segurança estão permitindo que as pessoas façam planos. O maior deles, mostra o levantamento, é a volta dos encontros mais frequentes com amigos e familiares, aliada a uma vontade de frequentar espaços como shopping centers, cinemas, teatros, restaurantes, academias e igrejas.
E esses desejos tendem a se traduzir em melhora dos indicadores econômicos. A indústria mineira, por exemplo, viu seu faturamento crescer 5,7% em setembro, frente a agosto, em função dos avanços nas indústrias extrativas (6,5%) e de transformação (3,1%), de acordo com o Index, pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Com a proximidade do verão, um dos setores mais afetados pela Covid-19, o turismo, espera voltar aos melhores dias. Levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que o setor quer voltar a contratar trabalhadores. A expectativa é de que sejam feitas pouco mais de 478 mil contratações formais entre este novembro e fevereiro de 2022 – 82 mil delas para a alta temporada. Metade dessas vagas será oferecida por Minas, São Paulo e Rio de Janeiro.
Outra pesquisa, feita em outubro pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), aponta que 79% dos empresários do setor estão confiantes na retomada gradativa. E 31% afirmaram que pretendem contratar funcionários ainda este ano.
Esses números tendem a melhorar conforme vemos o avanço da vacinação, o que reafirma o valor da imunização completa, inclusive da dose de reforço – agora liberada para todos os adultos.
Diversos especialistas diziam, desde o começo da pandemia, que um dos melhores remédios para a retomada da normalidade era a vacina. Não poderiam estar mais corretos. Ao contrário do que vemos em outros países do mundo, onde a pandemia recrudesce, a sensatez da população brasileira vem prevalecendo: vacinas salvam e são positivas para a economia.
Texto originalmente publicado no jornal O Tempo em 24/11/2021